A saga da vitamina A
Tradução de Vitamin A Saga, Sally Fallon e Mary G. Enig, PhD, 30 de março de 2002.
Traduzido por Renato Alves.
Nota: ApĂłs a leitura deste artigo, por favor, leia tambĂŠm a seção Vitamin A, Vitamin D and Cod Liver Oil: Some Clarifications, em nossas Informaçþes bĂĄsicas sobre Ăłleo de fĂgado de bacalhau e artigos de recomendaçþes. |
A descoberta da vitamina A e a histĂłria de sua aplicação no campo da nutrição humana ĂŠ um relato de bravura e brilhantismo, representando a junção do que hĂĄ de melhor na investigação cientĂfica com tradiçþes culturais do mundo todo. E o desserviço deste conhecimento por parte dos ditadores da indĂşstria alimentĂcia oferece uma triste lição sobre o uso de poder e influĂŞncia para ocultar a verdade.
Um protagonista fundamental desta histĂłria fascinante ĂŠ Weston A. Price, quem descobriu que a alimentação de povos tradicionais saudĂĄveis continha, ao menos, dez vezes mais vitamina A do que a alimentação norte-americana de seu tempo. Seu trabalho revelou que a vitamina A ĂŠ um dos diversos ativadores lipossolĂşveis presentes apenas em gorduras animais e necessĂĄrios para a assimilação de minerais na alimentação. Ele notou que alimentos tidos como sagrados pelos povos que ele estudou, como manteiga produzida na primavera, ovas de peixes e fĂgado de tubarĂŁo, eram excepcionalmente ricos em vitamina A.
Todas as culturas tradicionais reconheceram que determinadas comidas eram necessĂĄrias para prevenção de cegueira. Em sua obra pioneira, Nutrition and Physical Degeneration, Weston Price conta a histĂłria de um explorador que, enquanto atravessava um planalto das Montanhas Rochosas, ficou cego por xeroftalmia, devido a carĂŞncia de vitamina A. Desesperado, ele foi encontrado por um Ăndio que lhe pescou uma truta e lhe deu para comer âa carne da cabeça e dos tecidos posteriores aos olhos e os prĂłprios olhosâ [1]. ApĂłs poucas horas, sua visĂŁo começou a retornar e, depois de dois dias, seus olhos estavam quase normais. Muitos anos antes das viagens de Weston Price, cientistas haviam descoberto que a fonte mais rica de vitamina A no corpo de um animal ĂŠ a retina e os tecidos posteriores aos olhos.
Muitas culturas usavam fĂgado, outra fonte excelente de vitamina A, para vĂĄrios tipos de cegueira [2]. Originalmente, o fĂgado era prensado contra o olho e, entĂŁo, comido, em um ritual atravĂŠs do qual o paciente direcionava os poderes curativos do fĂgado ao ĂłrgĂŁo visual afetado. Os egĂpcios descreveram esta cura hĂĄ, ao menos, 3.500 anos. PrĂĄticas semelhantes foram descritas na RĂşssia do sĂŠculo XVIII; na ĂĄrea rural de Java, em 1978; e entre os habitantes de Terra-Nova[1], em 1929. Outras culturas usavam o fĂgado de tubarĂŁo. HipĂłcrates (460-327 a.C.) prescrevia fĂgado embebido em mel para cegueira em crianças desnutridas. Textos assĂrios, datando de 700 a.C., e escritos medicinais chineses do sĂŠculo VII d.C. apontam o uso de fĂgado no tratamento de cegueira noturna. Um tratado hebraico do sĂŠculo XII recomenda pressionar fĂgado de cabra aos olhos e, em seguida, seu consumo. Na Idade MĂŠdia, o mĂŠdico holandĂŞs Jacob van Laerlandt (1235-1299) escrevera o seguinte:
Quem Ă noite nĂŁo enxerga bem
Coma fĂgado de cabra
E, entĂŁo, Ă noite, verĂĄ melhor[2].
A bravura da vitamina A
Cegueira noturna ĂŠ um problema comum em marinheiros durante viagens extensas, mas, com o advento das grandes armadas marĂtimas europĂŠias, a sabedoria da terapia tradicional com fĂgado foi amplamente ignorada. Custou brava dedicação ao mĂŠtodo cientĂfico confirmar a validade dos tratamentos antigos. O primeiro a fazer isto foi Eduard Schwarz (1831-1862), um doutor naval de uma fragata austrĂaca que foi enviada ao redor do mundo em uma exploração cientĂfica. Antes de sua partida de Viena, muitos mĂŠdicos lhe pediram para testar o antigo remĂŠdio popular para cegueira noturna de fĂgado cozido de boi. Durante a expedição, 75 dos 352 homens desenvolveram aquele quadro. Sempre quando caia o anoitecer, eles perdiam sua visĂŁo e tinham de ser conduzidos como cegos. Schwartz os alimentou com fĂgado de boi ou de porco e descobriu que a visĂŁo noturna de todos os enfermos foi restaurada.
A cura foi um âverdadeiro milagreâ – disse em seu relatĂłrio publicado, no qual afirmou enfaticamente que cegueira noturna era doença nutricional. Por causa disto, foi violentamente atacado pelos profissionais mĂŠdicos, que o acusaram de âfrivolidadeâ e âauto-engrandecimentoâ. TrĂŞs anos apĂłs seu retorno da expedição, o mĂŠdico desacreditado morreu de tuberculose. Ele estava com 31 anos de idade. O uso de alimentos ricos em vitamina A para tratamento de tuberculose ainda nĂŁo havia sido descoberto.
Em 1904, o mĂŠdico japonĂŞs M. Mori descreveu a xeroftalmia em crianças subnutridas, cuja alimentação consistia de arroz, cevada, cereais âe outros vegetaisâ. Xeroftalmia ĂŠ um problema de saĂşde que progride de cegueira noturna a dissolução da cĂłrnea e, por fim, rompimento ocular. Ele tratou de crianças com fĂgado e Ăłleo de fĂgado de bacalhau, obtendo resultados excelentes. De fato, ele descobriu que Ăłleo de fĂgado de bacalhau era ainda mais eficaz do que fĂgado no restauro da função visual. Mori o descreveu como âum medicamento excelente, quase especĂfico… De fato, na maioria dos casos, o efeito ĂŠ tĂŁo rĂĄpido que, pela noite, as crianças com cegueira noturna jĂĄ estĂŁo dançando por aĂ rapidamente, para alegria de suas mĂŁesâ. Ăleo de fĂgado de bacalhau tambĂŠm auxiliou a reverter ceratomalacia, um problema relacionado a carĂŞncias nutricionais graves e caracterizado por ulceração cĂłrnea, extrema secura dos olhos e infecção.
Ao final da Primeira Guerra Mundial, um mĂŠdico chamado Bloch descobriu que alimentação contendo leite integral, manteiga, ovos e Ăłleo de fĂgado de bacalhau curava cegueira noturna e ceratomalacia. Em um experimento importante, Bloch comparou os resultados quando alimentara um grupo de crianças com leite integral e outro com margarina como fonte Ăşnica de gordura. Metade das crianças alimentadas com margarina desenvolveram problemas na cĂłrnea, enquanto que as crianças que receberam gordura de manteiga e Ăłleo de fĂgado de bacalhau permaneceram saudĂĄveis.
A descoberta efetiva da vitamina A ĂŠ creditada a um pesquisador chamado E. V. McCollum. Ele estava curioso quando ao fato de que vacas alimentadas com trigo nĂŁo se desenvolviam, tornavam-se cegas e davam Ă luz bezerros natimortos, ao passo que as alimentadas com milho amarelo nĂŁo apresentavam problemas de saĂşde. O ano era 1907, e, neste perĂodo, os cientistas tinham condiçþes de determinar o Ăndice de proteĂna, carboidrato, gordura e minerais no alimento. O trigo e o milho usados nos experimentos de McCollum continham os mesmos nĂveis de minerais e macronutrientes. McCollum desejava saber se o trigo continha uma substância tĂłxica ou se havia algo faltando nele, mas que estava presente no milho amarelo.
Para resolver o enigma, McCollum teve a idĂŠia de usar animais de pequeno porte, como ratos e camundongos, ao invĂŠs de vacas, para seus experimentos alimentares. Eles comiam menos, ocupavam menos espaço, reproduziam-se rapidamente, e poderia ser lhes dada alimentação controlada. Como muitas idĂŠias boas, esta encontrou oposição considerĂĄvel. McCollum trabalhava no Wisconsin College of Agriculture, e o reitor lhe dissera para âfazer experimento com animais economicamente viĂĄveis. O rato era uma praga para fazendeiros!â. McCollum foi forçado a trabalhar secretamente no porĂŁo do Agriculture Hall, onde estudava os efeitos de vĂĄrios tipos de alimentação em colĂ´nias de ratos. Ele descobriu que ratos alimentados com proteĂna pura, leite desnatado puro, açúcar, minerais e banha ou azeite de oliva nĂŁo conseguiam crescer. Quando Ăłleo de manteiga ou extrato de gema de ovo eram adicionados em sua alimentação, sua saĂşde era restaurada. Ele descobriu um fator lipossolĂşvel em determinados alimentos que era essencial para o crescimento e a sobrevivĂŞncia. Este foi nomeado de âfator lipossolĂşvel Aâ, em oposição a outros fatores alimentares, chamados âhidrossolĂşveis Bâ.
A pesquisa de Osbourne e Mendel, publicada apenas cinco meses apĂłs os estudos de McCollum, descobriu que Ăłleo de fĂgado de bacalhau apresentava os mesmos resultados da manteiga em estudos com ratos, confirmando, portanto, o trabalho antecedente de Mori, no JapĂŁo. Experimentos contĂnuos ajudaram os cientistas a determinar que a vitamina A era incolor, mas comumente associada, nos alimentos, com betacaroteno, que era amarelado. Na dĂŠcada dos anos de 1930, pesquisadores descobriram que a vitamina A ĂŠ formada pela conversĂŁo de betacarotenos na mucosa intestinal de animais e humanos.
O termo cientĂfico para vitamina A ĂŠ retinol, por causa de sua presença nos olhos. A função do retinol na visĂŁo foi esclarecida por diversos cientistas brilhantes, a partir de 1877, como o alemĂŁo W. Kuhne, que descobriu que as retinas roxas de rĂŁs adaptadas ao escuro se tornavam amarelas, quando expostas Ă luz. A coloração pĂşrpura ĂŠ restaurada em um ciclo bioquĂmico envolvendo vitamina A, que torna a visĂŁo possĂvel. Outros cientistas demonstraram o papel da vitamina A na diferenciação celular, desenvolvimento Ăłsseo, reprodução e na função do sistema imunolĂłgico. Weston Price confirmou a importância da vitamina A na alimentação tradicional durante seus estudos com povos primitivos, realizados entre os anos 30 e 40.
Devido ao trabalho cientĂfico destacado destes e de muitos outros pesquisadores, a administração de Ăłleo de fĂgado de bacalhau para crianças em fase de crescimento, uma tradição entre os povos ĂĄrticos, como escandinavos e esquimĂłs, tornou-se prĂĄtica padrĂŁo, atĂŠ apĂłs a Segunda Guerra Mundial. Ironicamente, ao mesmo tempo em que os norte-americanos pararam de dar Ăłleo de fĂgado de bacalhau a seus filhos, programas de administração de vitamina A para crianças na Ăfrica e Ăsia alcançaram sucesso impressionante na prevenção de cegueira e doenças infecciosas. Este programa de tratamento com aquela vitamina foi invenção de outro pesquisador bravo, Alfred Sommer, oftalmologista da Johns Hopkins University, que pacientemente fez lobby polĂtico em favor de um programa internacional, apĂłs verificar os efeitos maravilhosos da suplementação de vitamina A na IndonĂŠsia e Nepal.
Em dĂŠcadas recentes, muita pesquisa acerca da vitamina A se concentrou em seu papel na prevenção de câncer e seu uso em combinação com terapias atĂłxicas no tratamento da mesma enfermidade. Infelizmente, pesquisa sobre as propriedades anti-carcinogĂŞnicas da vitamina A ainda nĂŁo foram amplamente adotadas. Talvez, o exemplo mais trĂĄgico seja o do Dr. Max Gerson, que tratara de muitos casos de câncer terminal com resultados excelentes, usando suco de fĂgado cru, uma fonte rica de vitamina A. Em 1946, ele testemunhou diante de uma comissĂŁo do Congresso dos EUA sobre o sucesso de seu tratamento, mas foi seguidamente ignorado [3]. Em 1973, Dr. Kanematsu Sigiura, do Sloan Kettering Institute, publicou os resultados de estudos em tumores mamĂĄrios de camundongos, usando doses altas de vitamina A e um derivado de sementes chamado laetrila [3]. Ele constatou regressĂŁo total de todos os tumores, em um total de cinco animais. O relatĂłrio final observou que âDr. Sigiura jamais tivera observado semelhante regressĂŁo completa destes tumores em sua vasta experiĂŞncia com outros agentes quimioterĂĄpicosâ. Todavia, poucos meses mais tarde, o porta-voz do Sloan Kettering negou categoricamente existir algo de positivo na terapia [4].
O capricho da vitamina A
Ao mesmo tempo em que o processo em andamento de pesquisas sobre a vitamina A e seus efeitos ĂŠ uma dĂĄdiva a crianças e adultos ao redor do mundo, a agricultura moderna e os conglomerados de processamento alimentĂcio nĂŁo tĂŞm nada a ganhar com este tipo de conhecimento. PrĂĄticas de criação por confinamento evitam firmemente a incorporação da vitamina A em alimentos de origem animal e usam prioritariamente Ăłleos vegetais em detrimento de gorduras animais no processamento industrial. Alguns Ăłleos vegetais contĂŞm carotenos, mas nĂŁo a verdadeira vitamina A. Apenas gorduras animais a possuem, presente em grande quantidade somente quando os animais obtĂŞm uma fonte de carotenos ou da prĂłpria vitamina A em sua alimentação, como pastos verdes, insetos e carne de peixe.
Infelizmente, a grande maioria de livros populares a respeito de nutrição insiste em alegar que seres humanos podem obter vitamina A de frutas e vegetais. Pior ainda, as regulamentaçþes da FDA[3] permitem fabricantes de alimentos processados rotularem carotenos como vitamina A. O rĂłtulo de uma lata de tomates diz que tomates contĂŞm vitamina A, mesmo sendo a Ăşnica fonte real de vitamina A nos tomates partes microscĂłpicas de insetos. A indĂşstria alimentar e o pensamento nutricional acadĂŞmico predominante que defende a alimentação com baixo teor de gordura, esta incentivada por aquela, beneficiam-se grandemente do fato de o pĂşblico possuir apenas noçþes vagas a respeito da vitamina A. De fato, a maioria dos alimentos que fornecem grandes quantias desta vitamina (manteiga, gemas de ovo, fĂgado, carne de ĂłrgĂŁos e frutos do mar) foi sujeitada a demonização intensa.
Sob as melhores condiçþes possĂveis, seres humanos podem, de fato, converter carotenos em vitamina A. Isto ocorre no trato intestinal superior por ação de sais biliares e enzimas decompositoras de gorduras. De toda a famĂlia dos carotenos, o betacaroteno ĂŠ o mais fĂĄcil de ser convertido em vitamina A. Estudos precedentes indicaram equivalĂŞncia de 4:1 entre betacaroteno e retinol. Em outras palavras, sĂŁo necessĂĄrias quatro unidades de betacaroteno para produzir uma unidade de vitamina A. Esta taxa foi posteriormente revisada para 6:1, e pesquisa recente sugere taxa ainda maior [5]. Isto significa que vocĂŞ tem de comer uma imensa quantia de verduras e frutas para satisfazer as necessidades diĂĄrias mĂnimas de vitamina A, pressupondo-se a melhor conversĂŁo possĂvel.
Mas a transformação de caroteno em retinol raramente ĂŠ a melhor possĂvel. DiabĂŠticos e aqueles com função tiroidiana debilitada, um grupo ao qual poderia ser incluĂda, ao menos, metade dos adultos da população dos EUA, nĂŁo podem realizar tal conversĂŁo. As crianças a fazem muito precariamente, e os bebĂŞs nĂŁo a fazem de forma alguma. Devem obter seus preciosos estoques de vitamina A de gorduras animais [6], nĂŁo obstante a alimentação com baixo teor de gordura ser comumente recomendada para crianças. ExercĂcios fĂsicos intensos, consumo elevado de ĂĄlcool e de ferro (principalmente contido na farinha refinada âenriquecidaâ e cereais matinais), uso de diversas drogas populares, consumo excessivo de ĂĄcidos graxos poli-instaturados, carĂŞncia de zinco e atĂŠ mesmo clima frio podem prejudicar a conversĂŁo de carotenos em vitamina A [7], assim como o faz a alimentação com baixo teor de gordura.
Os carotenos sĂŁo convertidos por ação dos sais biliares, e pouca quantidade de bile chega ao intestino, quando a refeição ĂŠ pobre em gordura. O gastrĂ´nomo que acrescenta manteiga em suas hortaliças e nata em sua sopa de componentes vegetais ĂŠ mais sĂĄbio do que ele possa se dar conta. Ăleo de manteiga estimula a secreção de bile, necessĂĄria para converter carotenos de vegetais em vitamina A, e ao mesmo tempo, provĂŠm com vitamina A verdadeira, muito facilmente absorvida. Ăleos poli-insaturados tambĂŠm estimulam a secreção de sais biliares, mas podem causar degeneração rĂĄpida dos carotenos, a nĂŁo ser que anti-oxidantes estejam presentes.
Portanto, nĂŁo ĂŠ prudente depender de fontes de origem vegetal para vitamina A. Este nutriente vital ĂŠ necessĂĄrio para o crescimento e reparo de tecidos orgânicos; ajuda a proteger as membranas mucosas da boca, nariz, garganta e pulmĂľes; estimula a secreção de sucos gĂĄstricos necessĂĄrios para a digestĂŁo adequada de proteĂna; ajuda a construir ossos e dentes fortes e sangue rico; ĂŠ essencial para boa visĂŁo; auxilia na produção de RNA; e contribui para a saĂşde do sistema imunolĂłgico. CarĂŞncia de vitamina A em mulheres gestantes resulta em prole com olhos defeituosos, rins desalojados, lĂĄbio leporino, palato fendido e anormalidades do coração e vasos sangĂźĂneos distendidos. Os depĂłsitos de vitamina A sĂŁo rapidamente exauridos durante exercĂcio, febre e perĂodos de distresse. Mesmo pessoas que podem converter eficientemente caroteno em vitamina A nĂŁo podem, de maneira rĂĄpida e adequada, reabastecer os estoques de vitamina A atravĂŠs de alimentos de origem vegetal.
Alimentos ricos em vitamina A são especialmente importantes para diabÊticos e aqueles que sofrem de problemas tireoidianos. De fato, a glândula tiróide necessita de mais vitamina A do que as outras glândulas e não pode funcionar sem ela [8]. Uma alimentação rica em vitamina A ajudarå a proteger o diabÊtico de problemas degenerativos relacionados a enfermidades, como problemas com a retina e com a cura.
Weston Price considerou as vitaminas lipossolĂşveis, principalmente a vitamina A, como as catalisadoras de que outros processos biolĂłgicos dependem [9]. Ă necessĂĄria quantia suficiente de vitamina A na alimentação para absorção e utilização eficazes de vitaminas hidrossolĂşveis. Sua pesquisa demonstrou que quantias generosas de vitamina A asseguram reprodução saudĂĄvel e prole com rostos com ângulos atraentes, dentes corretos e corpos fortes e vigorosos. Ele descobriu que os primitivos saudĂĄveis estimavam especialmente alimentos ricos em vitamina A para crianças em fase de crescimento e mulheres gestantes. A diferença de dez vezes a menor que Price descobriu entre a alimentação primitiva e a norte-americana na dĂŠcada de 40 ĂŠ quase que, com certeza, maior atualmente, uma vez que os norte-americanos renegaram a manteiga e o Ăłleo de fĂgado de bacalhau, a favor de poli-insaturados processados.
Em populaçþes do Terceiro Mundo que tiveram contato com o Ocidente, a carĂŞncia de vitamina A ĂŠ amplamente propagada e uma das causas responsĂĄveis pela alta taxa de mortalidade infantil, cegueira, atrofia, deformidades Ăłsseas e suscetibilidade a infecçþes [10]. Tal ocorre atĂŠ mesmo em populaçþes que possuem acesso a abundância de carotenos em hortaliças e frutas. A escassez de laticĂnios de boa qualidade, rejeição a carne de ĂłrgĂŁos como antiquado ou nĂŁo saudĂĄvel e substituição de gordura animal por Ăłleo vegetal para cozimento sĂŁo causas da degeneração fĂsica e sofrimento das pessoas daquela parcela do mundo.
Suprimento de vitamina A ĂŠ tĂŁo vital ao organismo que os seres humanos sĂŁo capazes de armazenar grande quantidade desta vitamina no fĂgado e outros ĂłrgĂŁos. Portanto, ĂŠ possĂvel a um adulto subsistir com uma alimentação isenta de gordura por um perĂodo considerĂĄvel de tempo, antes de sintomas visĂveis de carĂŞncia surgirem. Entretanto, durante momentos de distresse, os depĂłsitos de vitamina A sĂŁo rapidamente exauridos. ExercĂcio fĂsico intenso, fases de crescimento fĂsico, gravidez, lactação e infecção sĂŁo estresses que rapidamente esgotam os depĂłsitos de vitamina A. Crianças com sarampo rapidamente exaurem a vitamina A, podendo resultar em cegueira irreversĂvel. Intervalo de trĂŞs anos entre gestaçþes permite mĂŁes refazerem seus estoques de vitamina A, de forma que o filho seguinte nĂŁo sofra de redução de vitalidade.
Um aspecto da vitamina A que merece maior destaque ĂŠ sua função na utilização da proteĂna. Kwashiorkor[4] ĂŠ uma doença devido a carĂŞncia de vitamina A, levando a comprometimento de absorção de proteĂna, uma vez que ĂŠ resultado de ausĂŞncia de proteĂna na alimentação. Alimentação com alto teor de proteĂna e baixo de gordura ĂŠ particularmente perigosa, porque o consumo de proteĂna exaure rapidamente os depĂłsitos de vitamina A. Crianças criadas sob alimentação rica em proteĂna e pobre em gordura comumente crescem de forma rĂĄpida. Resultado: pessoas altas, mĂopes, lânguidas, com dentes encavalados entre si, estrutura Ăłssea precĂĄria e um tipo de sĂndrome de Ichabod Crane[5] sĂŁo lugar-comum nos Estados Unidos. Alimentação com muita proteĂna e pouca gordura pode atĂŠ causar cegueira, como ocorrido, certa vez, na Guatemala, onde quantidades enormes de leite sem gordura de preparo instantâneo foram doadas em um programa de donativos [11]. As pessoas que consumiram o leite em pĂł ficaram cegas. Povos primitivos compreenderam este princĂpio instintivamente, sendo por que nunca consomem carne magra e sempre comem carnes de ĂłrgĂŁos dos animais que lhes servem como alimento.
Crianças em fase de crescimento realmente se beneficiam de uma alimentação contendo consideravelmente mais calorias na forma de gordura do que de proteĂna [12]. Alimentação rica em gordura ĂŠ rica em vitamina A, resultando em estrutura fĂsica forte, vigorosa, mesmo apĂłs de crescida, com alta imunidade a doenças.
A grande discrepância entre o que a ciĂŞncia descobrira acerca da vitamina A e o que escritores sobre nutrição promovem nos meios de comunicação ĂŠ uma das causas de momentos embaraçosos. O jornal The New York Times ĂŠ forte defensor de alimentação com baixo teor de gordura, mesmo para crianças, embora um artigo recente deste jornal tenha observado que alimentos ricos em vitamina A, como fĂgado, gema de ovo, nata e frutos do mar conferem resistĂŞncia contra doenças infecciosas em crianças e previnem câncer em adultos [13]. Um artigo do Washington Post laureou a vitamina A com âbarata e eficiente, com maravilhas ainda por serem (re)descobertasâ, observando que estudos recentes descobriram que suplementos de vitamina A ajudam a prevenir mortalidade infantil nos paĂses do Terceiro Mundo, protegem vĂtimas de sarampo contra complicaçþes graves e previnem transmissĂŁo do vĂrus HIV de mĂŁe para filho [14]. O artigo lista manteiga, gema de ovo e fĂgado como fontes importantes de vitamina A, mas alega, infelizmente, que carotenos de vegetais sĂŁo âigualmente importantesâ.
O capricho da vitamina A confunde o pĂşblico e se torna uma causas de aceitação perene do dogma do baixo teor de gordura, mesmo entre escritores cientĂficos.
A safadeza da vitamina A
Pior ainda do que o capricho da vitamina A Ê a safadeza da vitamina A, na forma de preocupaçþes de que esta vitamina seja tóxica em quantias maiores do que a minúscula recomendada pelo RDA[6]. De fato, tão grande Ê a propaganda contra esta vitamina que obstetras e pediatras atualmente advertem pacientes a evitar alimentos contendo vitamina A!
Recentemente, um grupo de mĂŠdicos especialistas sugeriu a redução da dose diĂĄria recomendada de vitamina A de 5.000 IU para em torno de 2.500 IU e estabeleceu limite superior em cerca de 10.000 IU para mulheres. Tal grupo mĂŠdico era liderado por Dr. Robert Russell, da Tufts University, que advertiu que a ingestĂŁo acima do âlimite superiorâ pode causar dano irreversĂvel ao fĂgado e defeitos congĂŞnitos, uma declaração disparatada, em vista ao fato de que, apenas poucas dĂŠcadas atrĂĄs, rotineiramente aconselhavam-se mulheres grĂĄvidas a tomar diariamente Ăłleo de fĂgado de bacalhau e a consumir fĂgado diversas vezes durante a semana. Uma colher de sopa de Ăłleo de fĂgado de bacalhau contĂŠm, ao menos, 15.000 IU, e uma porção de fĂgado pode conter atĂŠ 40.000 IU de vitamina A. Russell sintetiza a concepção da comunidade mĂŠdica em geral, quando insiste em que a necessidade de vitamina A pode ser satisfeita com meia xĂcara de cenouras por dia.
A campanha anti-vitamina A começou em 1995, com a publicação de um estudo da Boston University School of Medicine, no New England Journal of Medicine [15]. âTeratogenicity of High Vitamin A Intakeâ [âTeratogenicidade devido Ă ingestĂŁo de grande quantidade de vitamina Aâ], de Kenneth J. Rothman e colegas, relacionando o consumo de vitamina A entre mais de 22.000 mulheres grĂĄvidas com defeitos congĂŞnitos ocorridos na prole seguinte. O estudo recebeu vasta cobertura da mĂdia, nas mesmas publicaçþes que, anteriormente, haviam enaltecido os benefĂcios da vitamina A. âStudy Links Excess Vitamin A and Birth Defectsâ [âEstudo liga excesso de vitamina A a defeitos de nascençaâ], de Jane Brody, apareceu na pĂĄgina frontal do New York Times, em 7 de outubro de 1995. Em 24 de novembro de 1995, o Washington Times reportou: âHigh doses of vitamin A linked to babiesâ brain defectsâ [âDoses elevadas de vitamina A ligadas a defeitos cerebrais em bebĂŞsâ].
Quando um Ăşnico estudo recebe cobertura de primeira pĂĄgina, ĂŠ importante olhĂĄ-lo bem de perto, principalmente porquanto pesquisa anterior descobrira a importância da vitamina A na prevenção de defeitos congĂŞnitos. De fato, os defeitos listados como mais frequentes com o aumento da dosagem de vitamina A (lĂĄbio e palato fendidos, hidrocefalia e malformação cardĂaca) sĂŁo tambĂŠm defeitos por carĂŞncia de vitamina A.
No estudo, os pesquisadores solicitaram a mais de 22.000 mulheres responderem questionĂĄrios sobre seus hĂĄbitos alimentares e ingestĂŁo de suplementos, antes e durante a gestação. Suas respostas foram usadas para determinar a conjuntura da vitamina A. Conforme descrito nos jornais, os pesquisadores descobriram que defeitos de crista neural craniana eram maiores com o aumento das doses de vitamina A. O que os jornais nĂŁo relataram foi o fato de que defeitos de tubo neural diminuĂam com o aumento do consumo de vitamina A e que nenhuma tendĂŞncia a defeitos mĂşsculos-esquelĂŠticos, urogenitais ou outras foi evidenciada. A tendĂŞncia foi muito menos pronunciada e estatisticamente menos significante, quando defeitos da crista neural craniana foram relacionados com o consumo de vitamina A advinda apenas de alimentos.
O estudo Ê viciado por uma sÊrie de falhas. A situação da vitamina A foi estimada por mÊtodo impreciso de recordação e questionårio. Não foram realizados exames de sangue, para determinar-se o real quadro de vitamina A aproveitåvel das mães. Os pesquisadores não quantificaram defeitos congênitos de acordo com sua gravidade, portanto, não sabemos se os defeitos nos bebês nascidos de mães tomando dosagem alta de vitamina A eram sÊrios ou não, comparados com os das mães tomando quantias menores.
A falha mais grave foi que os pesquisadores nĂŁo fizeram distinção entre a vitamina A manufaturada na forma de retinol, encontrada em suplementos e adicionada em alimentos fabricados, e o complexo natural da vitamina A, presente junto com numerosos cofatores, da vitamina A contida em alimentos. Sabe-se muito bem que vitaminas sintĂŠticas sĂŁo menos ativas biologicamente e, portanto, menos eficazes, do que as vitaminas naturais. Isto ĂŠ verdadeiro, principalmente para vitaminas lipossolĂşveis, como a vitamina A, porque tendem a ser molĂŠculas mais complexas, com numerosas ligaçþes duplas e uma diversidade de formas. A vitamina A natural ocorre como uma mistura de diversos isĂ´meros, aldeĂdos, ĂŠsteres, ĂĄcidos e ĂĄlcoois. Ăcido retinĂłico puro, um metabĂłlito da vitamina A, usado para tratar de acne em adultos, ĂŠ bem conhecido por causar defeitos congĂŞnitos. Aparentemente, retinol puro possui propriedades teratogĂŞnicas em quantias altas tambĂŠm.
Pesquisadores descobriram que defeitos de crista neural craniana aumentam na proporção da quantia de retinol em suplementos consumidos durante o primeiro trimestre de gestação (embora o número total de defeitos permaneceu eståvel atÊ 15.000 IU diårias). Pesquisa com a vitamina A indicou que muitos fatores interferem em sua absorção e utilização. Gorduras inadequadas na alimentação, produção debilitada de sais biliares, conjuntura de baixa quantidade de enzima e função hepåtica comprometida podem influenciar na absorção e uso da vitamina A, principalmente quando ministrada como suplemento, na forma de retinol, ao invÊs de como um componente de alimentos integrais. Pode ser que os efeitos teratogênicos das fórmulas comerciais de vitamina A sejam exacerbados em mulheres cuja pråtica alimentar e estado geral de saúde são precårios. Alguns pesquisadores acreditam que a vitamina A sintÊtica interfere na utilização apropriada da vitamina A natural provinda dos alimentos.
Retinol puro ĂŠ adicionado a muitos alimentos fabricados, como margarina, cereais matinais e pizza. O estudo nĂŁo fez distinção entre mulheres que praticavam a suplementação de vitamina A por alimentos integrais de origem animal e aquelas que ingeriam retinol adicionado a margarina, farinha refinada e cereais matinais extrusados, alimentos que contĂŞm muitos outros componentes que podem causar defeitos congĂŞnitos. A vitamina A natural, provida por fĂgado, ovos, manteiga e Ăłleo de fĂgado de bacalhau ĂŠ muito bem conhecida como excelente proteção contra defeitos congĂŞnitos.
As diferenças entre vitamina A sintĂŠtica e natural estiveram completamente ausentes na cobertura midiĂĄtica extensa deste estudo. Em contrapartida, houve matĂŠrias de jornais indicando avisos para mulheres grĂĄvidas evitarem o consumo de fĂgado, laticĂnios, carne e ovos, mas nenhum contra o consumo de alimentos industrializados, como margarina e cereais matinais, aos quais a vitamina A sintĂŠtica ĂŠ acrescentada. E nĂŁo houve qualquer cobertura da mĂdia a estudos posteriores, descobrindo que Ăndices altos de vitamina A nĂŁo aumentavam o risco de defeitos congĂŞnitos. Um estudo realizado em Roma, na ItĂĄlia, nĂŁo observou malformaçþes congĂŞnitas entre 120 bebĂŞs expostos a mais do que 50.000 IU de vitamina A por dia [16]. Um estudo suĂço examinou os Ăndices sangĂźĂneos de vitamina A em mulheres gestantes e descobriu que dose de 30.000 IU diĂĄrias resultava em Ăndices sangĂźĂneos que nĂŁo apresentavam associação a defeitos de nascença [17].
A escravidĂŁo da vitamina A
Enquanto, nos EUA, criam-se confusĂŁo e medo sobre a vitamina A, os programas de distribuição desta vitamina, realizados pela OMS e UNICEF, na Ăfrica e Ăsia, tĂŞm sido muito bem sucedidos na redução de cegueira e morte de crianças e adultos. Em termos de custo, a vitamina A ĂŠ muito mais eficiente para se salvarem vidas e se prevenir sofrimento do que vacinaçþes e remĂŠdios e pode ser administrada pelo valor de 2 centavos por comprimido. O programa nĂŁo desvirtua tradiçþes culturais ou alimentares e ĂŠ facilmente executado em âmbito de vilas.
Mas este tipo de sucesso nĂŁo ĂŠ bem quisto pela indĂşstria alimentar e farmacĂŞutica, porque fortalece o estilo de vida das vilas e reduz o mercado consumidor para remĂŠdios e alimentos processados. Excessivas com louvor, as âgrandes poderosas[7] do sistema de fornecimento alimentar internacionalâ se juntaram em uma âparceria entre setores pĂşblico e privadoâ para ingressarem no programa [18]. Kellogg, Cargill, Monsanto e Procter & Gamble foram as pioneiras na adição de vitamina A na margarina, Ăłleo vegetal, farinha de trigo, açúcar e cereais matinais. AtĂŠ mesmo ao glutamato monossĂłdico! Em um almoço formal organizado por Hillary Clinton, os executivos das empresas e chefes de diversos grupos de ajuda humanitĂĄria anunciaram sua meta de mostrar a âempresas alimentĂcias nativas… como adicionar vitamina A a alimentos consumidos por pessoas de baixo poder aquisitivoâ. Em outras palavras, para usar vitamina A para promover alimentos processados aos aldeĂľes da Ăfrica e Ăsia, Ă guisa de ajuda humanitĂĄria. Pessoas com baixa renda na AmĂŠrica do Norte consomem margarina e outros alimentos processados, mas pessoas com baixa renda, no Terceiro Mundo, consomem alimentos cultivados por produtores e processados localmente por artesĂŁos.
E, para o caso de as pessoas se recusam a consumir alimentos processados, as âgrandes poderosasâ planejaram outro estratagema: arroz geneticamente modificado para produzir carotenos. Quem promove o assim chamado arroz âdouradoâ como solução para o problema da vitamina A ou ĂŠ terrivelmente ignorante ou descaradamente corrupto. Arroz dourado contendo carotenos nĂŁo pode fornecer vitamina A verdadeira Ă s crianças do mundo, mas intensificarĂĄ a tendĂŞncia de retirar seus pais de ĂĄreas rurais e alojĂĄ-los em favelas deplorĂĄveis.
No processo de se mostrar a âempresas alimentĂcias nativas… como adicionar vitamina A a alimentos…â e de se inserirem genes para produção de carotenos no arroz, as empresas multinacionais fortalecerĂŁo seu domĂnio no fornecimento de alimentos ao mundo, levando Ă destruição do estilo de vida nas vilas e ao que o escritor indiano Vandana Shiva chama de âditadura alimentarâ. Se os conglomerados conseguirem uma forma de agir, os programas para produção do arroz dourado e alimentos âenriquecidosâ substituirĂŁo os programas de distribuição dos comprimidos de vitamina A, aumentando o sofrimento de crianças e a escravidĂŁo econĂ´mica em escala mundial.
O que nĂłs, ocidentais, podemos fazer para evitar os planos nefastos do complexo alimentar e farmacĂŞutico junto a naçþes menos prĂłsperas do que as nossas? A resposta ĂŠ simples: cortar-lhe o recurso financeiro diretamente na fonte, recusando-se a comprar seus produtos. Boicote alimentos processados. Evite remĂŠdios farmacĂŞuticos. A melhor forma para atingir saĂşde fĂsica e econĂ´mica ĂŠ atravĂŠs de alimentos contendo vitamina A.
Adendo
O sucesso da vitamina A
Um dos programas mais bem sucedidos da histĂłria da ciĂŞncia nutricional ĂŠ a campanha global de distribuição de comprimidos de dose alta de vitamina A para crianças da Ăfrica e Ăsia. Lançada em 1997, a campanha global ĂŠ uma parceria entre a UNICEF e a Organização Mundial de SaĂşde (OMS), bem como os governos do CanadĂĄ, Reino Unido, Holanda, JapĂŁo e a AgĂŞncia de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos[8]. O programa foi particularmente exitoso no Nepal, onde grupos de mulheres locais, conhecidos como Comunidade de Mulheres VoluntĂĄrias da SaĂşde[9] ajudam a distribuir os comprimidos ao longo de todo o territĂłrio acidentado. Em 2000, mais de 90% das crianças nepalesas receberam sua dosagem anual de vitamina A.
Embora a vitamina A distribuĂda seja sintĂŠtica e nĂŁo a forma natural, derivada de Ăłleos de peixe, ĂŠ a forma animal de vitamina A (retinol), nĂŁo carotenos. Crianças de seis a doze meses de idade recebem duas doses de 100.000 unidades ao ano; crianças acima de 12 meses recebem duas doses de 200.000 ao ano. De acordo com Werner Schultink, chefe da Seção de Nutrição da sede da UNICEF em Nova Iorque, a taxa de mortalidade de bebĂŞs e crianças decai em acerca de 23%, quando os Ăndices de vitamina A sĂŁo adequados. O programa no Nepal custa um pouco mais do que 2 milhĂľes de dĂłlares ao ano, menos do que US$1 por criança (Reuterâs 2/12/01).
ConversĂŁo de carotenos em vitamina A
Dentre os muitos fatores que podem interferir na conversĂŁo de carotenos presentes em alimentos de origem vegetal em vitamina A estĂŁo:
- ser bebê ou criança;
- diabetes;
- baixa função tiroidiana;
- baixa ingestĂŁo de gordura;
- nematĂłdeos intestinais;
- diarrĂŠia;
- doença pancreåtica;
- doença celĂaca;
- jito[10].
O mito da toxicidade da vitamina A
TĂpica da visĂŁo mĂŠdica ortodoxa sobre a vitamina A ĂŠ a seguinte declaração, publicada no WebMD.com: âA vitamina A pode ser muito tĂłxica, quando tomada em suplementos com alta dosagem por perĂodos longos de tempo e pode afetar quase todas as partes do corpo, incluindo olhos, ossos, sangue, pele, sistema nervoso central, fĂgado, genitais e trato urinĂĄrio. Incluem-se nos sintomas tontura, nĂĄusea, vĂ´mito, cefalĂŠia, danos Ă pele, distĂşrbios mentais e, em mulheres, rareamento menstrual. Toxicidade grave pode causar cegueira e atĂŠ mesmo risco de morte. Danos hepĂĄticos podem ocorrer em crianças que tomam a dose diĂĄria recomendada e aprovada a adultos por perĂodos longos de tempo ou em adultos que tomam quantia cinco vezes maior do que a dose diĂĄria recomendada e aprovada, por sete a dez anos. Em crianças, sobredose crĂ´nica pode causar acĂşmulo de fluido cerebral e outros sintomas semelhantes aos encontrados em adultos. Mulheres gestantes que tomam quantias nem tanto mais altas do que a dose diĂĄria recomendada tĂŞm o risco de defeitos congĂŞnitos aumentados em suas crianças. Consumo de grande quantia de vitamina A pode, ainda, aumentar o risco de câncer gĂĄstrico, de osteoporose e de fraturas em mulheresâ.
O Manual da Merck descreve a toxicidade da vitamina A de uma forma menos histĂŠrica. Envenenamento agudo por vitamina A pode ocorrer em crianças, apĂłs tomarem uma dose Ăşnica de vitamina A sintĂŠtica em torno de 300.000 IU ou uma dosagem diĂĄria de 60.000 IU por algumas semanas. Foram registrados dois Ăłbitos infantis devido a envenenamento agudo por esta vitamina, com manifestação de aumento de pressĂŁo intracraniana e vĂ´mitos. Todavia, para a grande maioria dos casos, a recuperação apĂłs a descontinuação ĂŠ âespontânea, sem danos residuaisâ.
Em adultos, de acordo com o Manual da Merck, relatou-se caso de toxicidade da vitamina A em exploradores ĂĄrticos que desenvolveram torpor, irritabilidade, cefalĂŠias e vĂ´mitos, seguidos de descamação da pele, poucas horas apĂłs o consumo de muitos milhĂľes de unidades de vitamina A, provenientes de carne de urso polar ou foca marinha. Mais uma vez, tais sintomas se dissiparam, pela descontinuação do uso de alimento rico naquela vitamina. AlĂŠm deste exemplo incomum, apenas a vitamina A de âtabletes mega-vitamĂnicos, contendo vitamina A… quando ingeridos por perĂodo prolongadoâ induziu toxicidade aguda, ou seja, 100.000 IU de vitamina A diĂĄrias, tomadas por muitos meses.
A nĂŁo ser que vocĂŞ seja um explorador ĂĄrtico, ĂŠ praticamente impossĂvel vocĂŞ se intoxicar por vitamina A de alimentos. A suposta dosagem tĂłxica de 100.000 IU ao dia seria obtida de 3 colheres de sopa de Ăłleo de fĂgado de bacalhau com alto teor de vitamina, 6 colheres de sopa de Ăłleo de fĂgado de bacalhau comum, duas porçþes e meia de 100 g cada de fĂgado de pato, cerca de trĂŞs porçþes de fĂgado bovino de 100 g cada porção, mais de 3 kg de manteiga ou 309 gemas de ovos. Mesmo a vitamina A sintĂŠtica nĂŁo ĂŠ tĂłxica, quando ministrada em dose Ăşnica ou em pequenas quantias diĂĄrias. Em ĂĄreas de população carente do mundo, sĂŁo comumente administradas duas doses de 100.000 unidades de retinol por ano para bebĂŞs e duas dozes de 200.000 unidades para crianças acima de 12 meses de idade.
O trĂĄgico ĂŠ que a preocupação desproporcional sobre a toxicidade da vitamina A levou mĂŠdicos a advertirem mulheres grĂĄvidas a evitarem alimentos contendo aquela vitamina e pais a evitarem dar Ăłleo de fĂgado de bacalhau para seus bebĂŞs, embora livros anteriores a respeito de alimentação de gestantes e bebĂŞs recomendassem doses generosas de Ăłleo de fĂgado de bacalhau e consumo freqĂźente de fĂgado para mulheres grĂĄvidas e duas colheres de chĂĄ de Ăłleo de fĂgado de bacalhau ao dia para bebĂŞs com trĂŞs meses ou mais de idade. A maioria dos problemas mĂŠdicos seria resolvida rapidamente, se o povo voltasse a comer fĂgado e retomasse o uso do Ăłleo de fĂgado de bacalhau (nossos superalimentos maravilhosos).
Entendendo de maneira errada
âA vitamina A pode ser encontrada em Ăłleo de fĂgado de peixes, fĂgado de animais e frutas verdes e amarelas e hortaliçasâ. â Prescription for Nutritional Healing [Prescrição para cura natural], de James F. Balch, MD e Phillis A. Balch, CNC. (Entretanto, os autores incluem o seguinte aviso, no final da seção sobre vitamina A: âDiabĂŠticos e pessoas com hipotereoidismo devem evitar betacaroteno, porque nĂŁo podem convertĂŞ-lo em vitamina Aâ).
âCostumava-se tomar Ăłleo de fĂgado de bacalhau rotineiramente como fonte de vitamina A. Mas muitos especialistas atualmente acreditam que, como auxĂlio nutricional, este Ăłleo ĂŠ obsoleto. Podemos consumir vitamina A diretamente apenas de carne de animais, sendo o fĂgado a fonte mais rica. Entretanto, frutas lustrosas alaranjadas e legumes e verduras folhosas escuras contĂŞm betacaroteno que nosso organismo converte naquela vitamina… Anteriormente ao tempo dos caminhĂľes refrigerados e distribuição em massa de produtos, a carĂŞncia de vitamina A era um problema imenso… Mas, atualmente, a maioria das pessoas possui acesso a ampla gama de produtos disponĂveis o ano todo. Ademais, suplementos de betacaroteno tambĂŠm estĂŁo fartamente disponĂveisâ. â Artigo no WebMD.com, de Karen Cullen, RD, PhD.
âA vitamina A ĂŠ encontrada em produto de origem animal e betacaroteno, um composto do gĂŞnero desta vitamina. Ă encontrada em pigmentos amarelos de vegetais… Se nĂŁo necessĂĄrio, permanece como betacaroteno; se necessĂĄrio, ĂŠ convertido em vitamina A… Suplementos de vitamina A nĂŁo [sĂŁo] necessĂĄriosâ. âEnhancing Fertility Naturally [Aumentando a fertilidade naturalmente], de Nicky Wesson.
âA vitamina A ĂŠ encontrada na forma de betacaroteno em vegetais verdes folhosos, cenouras, batadas-doces, abobrinha-de-inverno e cantalupo, em quantias adequadas para suprir as necessidades diĂĄrias das crianças…â. â Dr. Attwoodâs Low-Fat Prescription for Kids [Prescrição de baixo teor de gordura para crianças], de Dr. Charles R. Attwood.
âA toxicidade da vitamina A depende de sua forma. Apenas o retinol e outras variedades encontradas em alimentos de origem animal sĂŁo capazes de fazer mal. Os carotenĂłides, as fontes de origem vegetal de vitamina A, nĂŁo parecem ser tĂłxicos, mesmo quando quantidades extraordinariamente grandes sĂŁo consumidasâ. âThe University of California San Diego Nutrition Book [Livro nutricional da Universidadade da CalifĂłrnia, campus de San Diego], de Paul Saltman, PhD, Joel Gurin e Ira Mothner.
âOs carotenos… sĂŁo a fonte principal de vitamina Aâ. Basic Food Chemistry [QuĂmica alimentar bĂĄsica], de Frank E. Lee, PhD.
âVegetais amarelos, bem laranjas e bem vermelhos, hortaliças verdes-escuros e frutas… sĂŁo ricas em vitamina A…â. âThe Breast Cancer Survival Manual [Manual de sobrevivĂŞncia ao câncer de mama], de John Link, MD.
âSe tomada em demasia, a vitamina A pode ser tĂłxica, uma vez que ĂŠ armazenada no fĂgado. O betacaroteno, entretanto, nĂŁo ĂŠ convertido em vitamina A, a nĂŁo ser que o corpo demande isto, e nĂŁo tem como sofrer de taxas tĂłxicas deleâ. âThe Endometriosis Answer Book [Livro de respostas de endometriose], de Niels H. Lauersen e Constance deSwaan.
Vitamina A: o nutriente milagroso
A suplementação de vitamina A para crianças na Ăsia e Ăfrica foi extremamente eficiente na redução de infecção, diarrĂŠia, anemia e cegueira. (Reuterâs 2/12/01).
Crianças africanas e asiåticas, recebendo suplementos de vitamina A, cresceram mais rapidamente, possuem mediçþes de hemoglobina melhores e morrem de 30% a 60% com menor freqßência do que suas contrapartes que não recebem suplemento (J Nutr Jan 1989 119(1):96-100).
A suplementação de vitamina A pode reduzir a incidência de malåria. Crianças da Papua Nova-GuinÊ que receberam Crianças doses altas de vitamina A apresentaram incidência 30% menor de malåria em relação àquelas que receberam placebo (The Lancet, 1999, 354:203-9).
A vitamina A desempenha função vital na regulação do sistema imunológico. A carência de vitamina A leva a perda de cÊlulas ciliadas dos pulmþes, uma primeira linha de defesa importante contra patógenos. A vitamina A promove secreção de mucina e formação de microvilosidades pelas mucosas, incluindo a do trato gastrointestinal. Aquela vitamina regula a produção de cÊlulas-T e apoptose (morte celular programada) (Nutrition Reviews 1998;56:S38-S48).
A transmissĂŁo de HIV estĂĄ fortemente relacionada com os Ăndices de vitamina A nas mĂŁes. Um estudo em Malawi, na Ăfrica, descobriu que mĂŁes com os mais altos Ăndices de vitamina A apresentavam taxa de transmissĂŁo de apenas 7,2% (Celia Farber, âA Timely Firestormâ, www.ironminds.com).
Tratamento com mega-doses de vitamina A (100.000 IU por dia) resultaram em taxa de cura de 92% de menorragia (fluxo menstrual excessivo) no Johannesburg General Hospital, na Ăfrica do Sul (S Afr Med J 1977).
Falta de vitamina A influencia no desempenho da função do hipocampo, a sede principal do aprendizado. Cientistas do Salk Institute for Biological Studies, em San Diego, CalifĂłrnia, descobriram que, eliminando-se a vitamina A da alimentação de camundongos, diminuem-se alteraçþes quĂmicas no cĂŠrebro, consideradas as marcas patentes do aprendizado e da memĂłria (Proc Natl Acad Sci, Sep 25, 2001 98(20):11714-9).
A vitamina A natural ajuda a reconectar receptores retinĂłides fundamentais para a visĂŁo, percepção sensorial, processamento de linguagem e atenção em crianças autistas. O uso do Ăłleo de fĂgado de bacalhau auxilia as crianças a se recuperarem do autismo causado pela vacina DPT. A toxina da coqueluche influencia nos receptores retinĂłides do cĂŠrebro (Med Hypothesis, Jun 2000 54(6):979-83).
A vitamina A pode ser Ăştil no tratamento de psorĂase. Pesquisadores descobriram que pacientes sofrendo de psorĂase severa apresentavam Ăndices sangĂźĂneos baixos de vitamina A (Acta Derm Venereol Jul 1994 74(4):298-301).
As vĂtimas de derrame com Ăndices mais elevados de vitamina A sĂŁo mais propensas a se recuperarem sem danos (The Lancet, Mar 25, 1998, pp 47-50).
A vitamina A protege contra cânceres de pulmão e de bexiga em homens (Alt Cancer Inst Monogr Dec 1985 69:137-42).
Quatorze de vinte pacientes com câncer de próstata obtiveram remissão total; e cinco, remissão parcial, usando vitamina A como parte de terapia natural contra câncer na Alemanha (Drugs Exp Clin Res 2000;26(65-6):249-52).
A vitamina A foi usada com sucesso pelo Dr. L. J. A. Loewenthal para combater Ăşlceras tropicais em Uganda (S Afr Med J Dec 24 1983 64(27):1064-7).
A vitamina A teve seu uso bem sucedido no tratamento de problema cutâneo chamado doença de Kyrle (Cutis Dec 1982 30(6):753-5, 759).
Idosos que consumem quantia adequada de vitamina A sĂŁo menos propensos a Ăşlceras de perna (Veris Newsletter Dec 1999;15(4):5).
CarĂŞncia crĂ´nica de vitamina A causa degeneração das estruturas da orelha. DeclĂnio da função auditiva em seres humanos estĂĄ associado a baixos Ăndices de vitamina A. (Arch Otorhinolaryngol 1982;234(2):167-73).
A vitamina A inibe os efeitos do ĂĄcido fĂtico e aumenta a absorção de ferro do trigo integral. (Arch Latinoam Nutr Sep 2000;50(3):243-8).
A suplementação de vitamina A aumenta a absorção de ferro e åcido fólico em mulheres de Bangladesh (Am J Clin Nutr Jul 2001;74(1):108-15).
O uso de suplementos de vitamina A reduz o risco de cataratas (Am J Ophthalmol Jul 2001;132(1):19-26).
Fontes de vitamina A
Abaixo, a quantia aproximada de vitamina A em alimentos comuns, em IU por 100 g:
- Ăłleo de fĂgado de bacalhau com alto teor de vitaminas: 230.000;
- Ăłleo de fĂgado de bacalhau comum: 100.000;
- fĂgado de pato: 40.000;
- fĂgado bovino: 35.000;
- fĂgado de ganso: 31.000;
- lingĂźiça de fĂgado de porco: 28.000;
- fĂgado de carneiro: 25.000.
Notar que tais quantias variam, de acordo com a forma com que os animais são alimentados. Weston Price observou imensa variação do teor de vitamina A da manteiga, conforme a estação do ano. Adicionalmente, a absorção de vitamina A varia de acordo com o alimento. Uma pesquisa realizada durante a dÊcada de 1940 indicou que a vitamina A Ê absorvida mais facilmente da manteiga do que de outros alimentos.
A dose diĂĄria recomendada nos Estados Unidos de vitamina A ĂŠ atualmente 5.000 IU por dia (e pode, possivelmente, ser reduzida para 2.500 IU diĂĄrias). Com base nos trabalhos de Weston Price, podemos assumir que a quantia desta vitamina na alimentação antiga era aproximadamente 50.000 IU por dia, que poderia ser alcançada na alimentação moderna, consumindo-se quantias generosas de leite integral, nata, manteiga e ovos de animais criados no campo e no pasto; fĂgado de boi ou de pato, vĂĄrias vezes na semana; e uma colher de sopa de Ăłleo de fĂgado de bacalhau normal ou 1/2 colher de sopa de Ăłleo de fĂgado de bacalhau com alto teor de vitaminas diariamente.
Os betacarotenos sĂŁo seguros?
Em doses grandes, os betacarotenos sĂŁo seguros, conforme se alega? A dependĂŞncia de carotenos para obtenção de vitamina A demanda grandes reservas de enzimas para sua conversĂŁo. Em seu livro fascinante, Nutrition and Evolution [Nutrição e evolução], Michael Crawford e David Marsh observam que, em animais, âse qualquer função pode ser delegada a outro organismo, isto deixa o espaço do disco livre para executar alguma função nova ou uma antiga de maneira melhorâ. Os gatos nĂŁo sintetizam vitamina A de carotenos. âSe tivessem que sintetizar sua prĂłpria vitamina A… isto tomaria uma porção significativa do espaço de seu discoâ. Os gatos obtĂŞm vitamina A de suas presas, cuja habilidade de sintetizar vitamina A de carotenos comprometem outras funçþes, como visĂŁo noturna e agilidade de movimento. Enquanto a ortodoxia mĂŠdica alega que o consumo de grandes quantias de carotenos nĂŁo apresenta um lado negativo, ĂŠ possĂvel que tal dependĂŞncia a carotenos para obtenção de vitamina A, mesmo naqueles que sĂŁo bons conversores, compromete outras funçþes bioquĂmicas, por vias nĂŁo tĂŁo evidentes.
Os assim considerados suplementos atĂłxicos de betacaroteno contĂŞm uma forma sintĂŠtica deste elemento, de apenas um dos 50 ou 60 tipos de carotenos encontrados na alimentação tĂpica. A atividade biolĂłgica do betacaroteno sintĂŠtico ĂŠ muito menor do que a dos complexos naturais de carotenos e, de fato, podem gerar distresse no sistema imunolĂłgico. Descobriu-se por estudos com seres humanos e ratos que consumiram betacaroteno sintĂŠtico aumento nos glĂłbulos brancos. Em experimentos com câncer, betacarotenos sintĂŠticos nĂŁo se mostraram protetores. De fato, em um estudo, os pacientes a quem fora ministrado betacaroteno sintĂŠtico apresentaram resultados piores do que os dos grupos de controle (NEJM April 1994 330:(15);891-895).
ReferĂŞncias:
- Price, Weston A. Nutrition and Physical Degeneration. Price-Pottenger Nutrition Foundation, San Diego, CA, p 280.
- The history outlined here has been expertly compiled by G Wolf. âA History of Vitamin A and Retinoids.â The FASEB Journal, July 1996, 10:1102-1107.
- Gerson, M., MD. A Cancer Therapy: Results of Fifty Cases. Totality Books, Del Mar, CA, 1958.
- Griffin, G. E. World Without Cancer. American Media, Westlake Village, CA, 1974, pp 462-3.
- Solomons, N. W. and J. Bulus. âPlant sources of provitamin A and human nutriture.â Nutrition Review, Springer Verlag New York, Inc, July 1993, 51:1992-4.
- Jennings, I. W. Vitamins in Endocrine Metabolism. Charles C. Thomas Publisher, Springfield, Illinois.
- Dunne, L. J. Nutrition Almanac, Third Edition, McGraw-Hill Publishing Company, 1990.
- Jennings, Op Cit.
- Price, Op Cit.
- Solomons, Op Cit.
- Personal Communication, Ruth Rosevear
- Protein calories should comprise about 15 percent of the diet. Fat calories in childrenâs diets should be greater than 40 percent of total calories.
- Angler, Natalie. âVitamins Win Support as Potent Agents of Health,â New York Times, March 10, 1992.
- Brown, David. âItâs Cheap and Effective, With Wonders Still Being (Re)discovered.â The Washington Post, November 7,1994.
- Rothman, K. J. and others. âTeratogenicity of high vitamin A intake.â New England Journal of Medicine. November 23, 1995 333(21):1414-5.
- Mastroiacovo, P. and others. âHigh vitamin A intake in early pregnancy and major malformations: a multicenter prospective controlled study.â Teratology. January 1999 59(1):1-2.
- Wiegand, U. W. and others. âSafety of vitamin A: recent results.â International Journal of Vitamin and Nutrition Research. 1998, 68(6):411-6.
- Mann, J. âSaving Young Lives With a 2-Cent Capsule.â The Washington Post, March 17, 1999.
Artigo publicado na Wise Traditions in Food, Farming and the Healing Arts, revista trimestral da Weston A. Price Foundation, Inverno de 2001.
[1] Newfoundland. (Nota do Tradutor: NT)
[2] Who does not at night see right
Eats the liver of goat
He will then see better at night. (NT)
[3] Food and Drug Administration. AgĂŞncia governamental norte-americana, equivalente Ă ANVISA brasileira, que regula e fiscaliza a fabricação de comestĂveis, drogas e cosmĂŠticos. (Fonte: WikiĂŠdia.com. NT)
[4] Kwashiokor ou desnutrição intermediĂĄria ĂŠ um tipo de doença decorrente da falta de proteĂnas e vitaminas, geralmente associada a consumo elevado de carboidratos (arroz, batata, milho, salgadinhos, doces etc.). (Fonte: WikipĂŠdia.com. NT)
[5] Ichabod Crane ĂŠ um personagem fictĂcio e protagonista da curta estĂłria de Washington Irving, The Legend of Sleepy Hollow [A lenda de Sleepy Hollow; no Brasil, conhecida como A lenda do cavaleiro sem cabeça], publicada originalmente em 1820. Apesar de magricela, ĂŠ capaz de comer quantias impressionantes de comida e estĂĄ sempre Ă procura disto. Ademais, ĂŠ excessivamente supersticioso, freqĂźentemente ao ponto de acreditar em todos os mitos, lendas, contos fantasiosos etc. Como conseqßência, vive assustado com tudo que o lembre de fantasmas e demĂ´nios. (Fonte: WikipĂŠdia.com. NT)
[6] Recommended Daily Allowance (Dosagem Diåria Recomendada). Recomendaçþes da Associação de drogas e alimentos norte-americana, no que diz respeito ao consumo de vitaminas, minerais e nutrientes båsicos em geral. (Fonte: WikipÊdia.com. NT)
[7] No original, big guns. (NT)
[8] United States Agency for International Development (USAID). (NT)
[9] Female Community Health Volunteers. (NT)
[10] Doença tropical, caracterizada por anemia e emagrecimento. (Fonte: Wikipedia.com. NT)
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